Festival Nacional de Teatro Especial
Venceu Prémio Nacional
O FNATES, Festival Nacional de Teatro Especial, é promovido pelo CRIA desde 2002, em 2010, concretizou-se a oitava edição deste evento, que contou com a participação de um grupo de teatro de Santos – São Paulo, Brasil. Este evento decorre periodicamente, no Cine-Teatro S. Pedro, em Abrantes.
Em 2007, o CRIA foi distinguido com o Prémio “Igualdade na Diversidade”, no âmbito do Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos, como um exemplo de boas práticas de inclusão, pela realização do Festival Nacional de Teatro Especial.
Trata-se de uma iniciativa de âmbito nacional, que envolve grupos de teatro constituídos por actores com deficiência, oriundos dos mais diversos pontos do país. Pretendemos com este projecto dar continuidade a um evento, com mérito reconhecido a nível nacional, que realça a importância do teatro como ferramenta terapêutica e pedagógica.
Partimos do princípio que a educação pela arte é um método fundamental de educação para o futuro. É através da representação dramática, que os participantes descobrem novas capacidades na visão, audição e contacto inter-pessoal que lhes irá permitir manifestar as suas vivências. É também através desta actividade que aprendem a improvisar a dois, “sentir” o outro, tornar-se “receptivo” e “activo”. Em seguida, aprendem a improvisar a três e a adquirir o sentido de “grupo”.
Com a actividade de representação que se insere neste evento, pretendemos ainda promover o intercâmbio, ao nível das instituições de ensino especial e de reabilitação de diversas regiões do país. Divulgar o trabalho realizado pelos jovens portadores de deficiência na área do teatro. Estimular a criatividade dos jovens e a aproximação das pessoas. Despertar e sensibilizar o público em geral para as capacidades dos jovens com deficiência.
Sendo um evento de âmbito nacional, o cartaz do Festival inclui sempre grupos de teatro oriundos de vários pontos do país, que tenham em comum o facto de serem constituídos por actores com deficiência.
Com espectáculos diários, à tarde e à noite, o Festival envolve um público heterogéneo, desde Escolas, Instituições de Solidariedade, Centros de Dia, Centros de Recuperação de Toxicodependentes, o público em geral e Entidades Oficiais.
O Festival Nacional de Teatro Especial tem atingido o grande objectivo de realçar a importância do teatro como arte e como ferramenta para inclusão social de actores muito especiais e, simultaneamente, dar visibilidade à Instituição que promove um evento de âmbito nacional fora dos grandes centros urbanos.
Com a organização do Festival Nacional de Teatro de Especial assumimos a tarefa de promover a aposta num trabalho de retaguarda cultural e, simultaneamente, de vanguarda humanista, onde a arte e a deficiência constituem a simbiose que procura combater o preconceito social e a discriminação. Promovemos o intercâmbio, ao nível das instituições de ensino especial e reabilitação de diversas regiões do país, divulgamos o trabalho realizado pelos jovens com deficiência na área do teatro, estimulamos a criatividade e sensibilizamos o público para as capacidades artísticas destes jovens actores.
Obviamente que tornar possível um evento com actores tão especiais envolve uma mão cheia de disponibilidades e colaborações de entidades oficiais, empresas e técnicos de diversas áreas exteriores à Instituição, que dão forma a esta vontade constante de esbater as barreiras que ainda se opõem à inclusão plena, valorizando o que cada um tem de melhor em si mesmo, que o torna único.
Durante vários dias, jovens, crianças e adultos saem dos seus espaços quotidianos de aprendizagem e formação, onde se sentem mais ou menos protegidos, vão para o Cine-Teatro S. Pedro, em Abrantes, sobem ao palco e mostram à sociedade o seu trabalho, ainda esbarrando contra diversas barreiras, desde a indiferença onde ainda mergulham algumas, felizmente poucas, pessoas a quem as emoções e os direitos de quem nasceu diferente ou se tornou tão especial parece ainda nada significar, até às dificuldades de alguns acessos, apesar de tudo mais fáceis de ultrapassar.
—A necessidade de inclusão, neste caso pela arte, só existe porque a sociedade promove a exclusão. Afinal, a necessidade de inclusão, neste caso pela arte, só existe, porque a sociedade promoveu a exclusão. Cabe a cada um de nós dar continuidade e reforçar as conquistas já atingidas, para que não prevaleça a indiferença de uma sociedade economicista que talvez ainda não tenha percebido o verdadeiro significado daquela simples frase que nos lembra que: “A deficiência não é a diferença, porque diferentes somos todos nós”.
Este Festival é, para o público, uma janela aberta ao mundo das emoções.